Estes
dias o Senhor me concedeu a oportunidade de ler um dos melhores livros que já li
em toda a minha vida. Trata-se da autobiografia de Sophie Muller, que figura em
nossas livrarias sob o título: Sua Voz Ecoa nas Selvas.
A
história de Sofia, como ficou conhecida esta norte-americana radicada na Colômbia,
possui o poder de cativar tanto as mentes quanto os corações daqueles que
graciosamente são conduzidos às linhas redigidas por esta guerreira do Senhor
ao longo de suas idas e vindas pelos rios que cortam a Amazônia internacional,
situada nos limites que dividem Colômbia, Venezuela e Brasil.
Esta
querida serva de Deus ouviu falar de seu Senhor ainda muito jovem ao passear
por um dos acessos ao metrô de Nova Iorque. Não sabia ela que de cima de um
caixote surrado, ouviria a mensagem que transformaria para sempre a sua vida. Depois
deste episódio, Sophie não mais abandonaria o desejo de servir a Jesus.
Tempos
depois, já devidamente treinada e de posse das informações necessárias sobre o
campo ao qual o Senhor havia ministrado ao seu coração. A senhorita Muller
chega ao que seria o seu lar pelo resto de sua vida. As selvas amazônicas, no
caso, a região regada pelos rios Negro e Içana – o qual faz parte tanto do
território brasileiro como colombiano.
A
princípio, o objetivo de Sofia era evangelizar os karom, como são conhecidos os
índios Baniwas em solo colombiano. Contudo, numa de suas viagens, “sem que
soubesse” Sofia atravessa a fronteira entre os dois países e passa, também, a
evangelizar as terras de Santa Cruz. Surgia, deste aparente acaso, uma das mais
bem sucedidas empreitadas missionárias entre os índios brasileiros.
Ao
longo de mais de quarenta anos Sofia Muller evangelizou diversas tribos, tais
como baniwas, puinaves, kuripacos, kobeos, piapocos, guaíbos e guaiaberos. Isso
sem contar suas investidas entre índios completamente destituídos, a época, da
presença do “homem branco”, caso dos cuivas selvagens e dos macus.
É
enorme a divida que temos enquanto missionários e servos do Senhor para com a
vida e a obra de Sofia Muller. Seu exemplo de abnegação e amor pelo Senhor
Crucificado são contagiantes. É de tirar o fôlego à narrativa dos perigos e das
aventuras vivenciadas por esta insigne missionária em terras completamente
selvagens, num ambiente tão hostil que os mais zelosos desbravadores pensariam
duas vezes antes de se aventurarem por eles. A contribuição das pesquisas
feitas por Sofia entre as diversas etnias por ela evangelizadas, suas traduções
e todas as gravuras por ela catalogadas foram providencias para a continuidade
do trabalho desenvolvida pelas demais agencias missionárias que continuaram o
legado deixado por ela.
Neste
breve relato, gostaria de externar a maneira como o contato com a história de
Sofia Muller tem influenciado missionários espalhados por todo o globo. Encorajando-os
a perseverar naquilo que Deus tem colocado em suas mãos, não importando os
reveses pelos quais os mesmos tenham que passar. Some-se a isso, a profunda
admiração tão facilmente percebível nas feições dos anciãos das tribos
alcançadas por Sofia, quando os mesmos se referem a ela como a mulher enviada
por Deus para lhes salvar de seus fetiches e pagelanças, as quais, lhes afastavam
do Deus Todo-Poderoso criador de todas as coisas.
Ademais,
por conta do fulgor do brilho manifesto na vida desta destemida missionária tão
profundamente apaixonada por seu Senhor, certa vez, na iminência de se sondar
como ela podia ser tão cativa a vontade soberana daquele que “é tudo em todos”,
lhe perguntaram:
- Sofia, como se deu o seu chamado?
- Chamado? Ora, eu nunca tive um!
- Eu simplesmente li uma ordem e obedeci.
Que
a voz de Sofia Muller possa ecoar nas selvas até o momento de ser substituída
pelo clamor da “última trombeta”.
Vicit agnus
noster e um sequamur
Um comentário:
"Eu não tive um chamado, li uma ordem e obedeci" Sophia Muller
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