LEWIS MORGAN
Nasceu em 1918 em Nova Iorque.
Profundo conhecedor das tribos iroqueses, estudou-as
profundamente. Sua especialidade fora “parentesco”, com o livro “Sistemas de
consangüinidade e afinidade da família humana” o maior e mais caro livro até então publicado
pela Smithsonian Institution. Morgan
chegou ã conclusão de que havia apenas dois sistemas de terminologia de
parentesco, fundamentalmente diferentes: um descritivo (do hemisfério sul,
tropical e claramente não-europeu) e outro classificatório (da Europa e do
noroeste asiático).
Depois
publica o “Castor americano e suas obras”. Contudo, seu opúsculo fora
“Sociedade Antiga”, No livro, Morgan estudou os estágios de progresso da
sociedade humana através da análise de cinco casos exemplares: os aborígines
australianos, os índios iroqueses, os astecas, os gregos e os romanos. O
desenvolvimento da idéia de propriedade teria sido, na interpretação de Morgan,
o processo decisivo para o surgimento da civilização. Com o livro, Morgan
tornou-se internacionalmente conhecido (embora também bastante criticado) e o
principal expoente da antropologia nos Estados Unidos. Toda uma geração de
jovens interessados na disciplina passou a procurá-lo em sua casa em Rochester. Este livro
que influenciou profundamente Marx e Engels. Morreu em 1881.
EDWARD BURNETT TYLOR
Pai do conceito moderno de cultura e do
conceito de anima na natureza. Nasceu em 1832. O primeiro livro publicado pelo
mesmo fora Anahuac: ou, México, antigo e moderno. Depois publicou Pesquisas
sobre a antiga história da humanidade e o desenvolvimento da civilização.
Sua obra principal fora “Cultura
Primitiva: pesquisa sobre o desenvolvimento da mitologia, religião, linguagem,
arte e cultura”.
Tylor é por
muitos considerado o pai da antropologia cultural por ter dado pela primeira
vez uma definição formal de cultura, na frase que abre Cultura
primitiva — cujo primeiro capítulo, "A ciência da cultura", foi
incluído nesta coletânea: "Cultura ou Civilização, tomada em seu mais
amplo sentido etnográfico, é aquele todo complexo que inclui conhecimento,
crença, arte, moral, lei, costume e quaisquer outras capacidades e hábitos
adquiridos pelo homem na condição de membro da sociedade."
Em 1883, após
terem sido feitas reformas universitárias na Grã-Bretanha, Tylor afinal pôde
ser nomeado para um cargo público, tornando-se conservador (Keeper) do
museu da Universidade de Oxford (atualmente, Museu Pitt-Rivers). Já era
considerado a maior autoridade britânica em antropologia, razão pela qual tornou-se,
no ano seguinte, o primeiro presidente da recém-criada Seção Antropológica da
BAAS. Foi também, por duas vezes, presidente do Royal Anthropological
Institute. Ainda em 1884, tornou-se o primeiro Leitor (.Reader) de
Antropologia de Oxford e da Grã-Bretanha, e em 1896, Professor, o grau
mais elevado da vida acadêmica britânica (equivalente ao professor titular no
Brasil).
Foi tido como
o maior antropólogo inglês, vindo a receber o título de “Sir”. Morreu em 1917
aos 84 anos.
JAMES GEORGE FRASER
Nasceu na Escócia em 1854, estudou na
Universidade de Glasgow, mudando-se depois para o Trinity College em Cambridge
do qual jamais se desligou por toda a vida – o mesmo fora bolsista vitalício
sem ônus. O mesmo fora um profundo conhecedor dos clássicos gregos e latinos,
conhecendo os mesmos no original. Sua maior obra fora o “Ramo de Ouro”. O mesmo
foi o primeiro acadêmico da antropologia a ocupar uma cátedra universitária –
Universidade de Liverpool. Morreu em 1931, após receber o título honoris causa da Sorbone. Em 1922, iniciaram-se as Frazer Lectures [Conferências
Frazer], realizadas anualmente até hoje, num regime de rodízio, pelas
universidades de Glasgow, Cambridge, Oxford e Liverpool, com a participação dos
antropólogos mais eminentes.
Aqui um pequeno trecho do Ramo de Ouro:
Através de uma aplicação do método
comparativo, creio poder demonstrar ser provável que o sacerdote representou em
sua pessoa o deus do bosque — Virbius — e que seu sacrifício foi visto como a
morte do deus. Isso levanta a questão sobre o significado do difundido costume
de se matar homens e animais vistos como divinos... O Ramo de Ouro, creio poder
demonstrar, era o visco, e toda a lenda pode, creio, ser posta em conexão, por
um lado, com a reverência druídica pelo visco e os sacrifícios humanos que
acompanhavam seu culto; e, por outro lado, com a lenda nórdica da morte de
Balder. O que quer que se pense das teorias [do livro] descobrirão que ele
contém um grande estoque de costumes muito curiosos, muitos dos quais podem ser
novidade mesmo para antropólogos reconhecidos. A semelhança de muitos desses
costumes e idéias selvagens com as doutrinas fundamentais da Cristandade é
admirável. Mas não faço referência a esse paralelismo, deixando que meus
leitores tirem suas próprias conclusões, de uma maneira ou de outra.
Sua
última obra fora Folclore no Antigo Testamento, publicado em 1918.
TEORIA
EVOLUCIONISTA
O postulado
básico do evolucionismo em sua fase clássica era, portanto, que, em todas as
partes do mundo, a sociedade humana teria se desenvolvido em estágios
sucessivos e obrigatórios, numa trajetória basicamente unilinear e ascendente.
A possibilidade lógica oposta, de que teria havido uma degenera- ção ou
decadência a partir de um estado superior — idéia que tinha por base uma
interpretação bíblica — precisava ser descartada, como se poderá ver nos textos
aqui reunidos. Toda a humanidade deveria passar pelos mesmos estágios, seguindo
uma direção que ia do mais simples ao mais complexo, do mais indiferenciado ao
mais diferenciado.
O caminho da
evolução seria, nas palavras de Morgan, natural e necessário: "Como a
humanidade foi uma só na origem, sua trajetória tem sido essencialmente uma,
seguindo por canais diferentes, mas uniformes, em todos os continentes, e muito
semelhantes em todas as tribos e nações da humanidade que se encontram no mesmo
status de desenvolvimento."
Como
decorrência da visão de um único caminho evolutivo humano, os povos
"não-ocidentais", "selvagens" ou "tradicionais"
existentes no mundo contemporâneo eram vistos como uma espécie de "museu
vivo" da história humana — representantes de etapas anteriores da
trajetória universal do homem rumo à condição dos povos mais
"avançados"; como exemplos vivos daquilo "que já fomos um dia".
Para Frazer, "o selvagem é um documento humano, um registro dos esforços
do homem para se elevar acima do nível da besta".
Os
pressupostos evolucionistas foram muito criticados, nas duas primeiras décadas
do século XX, por antropólogos que preferiam explicar a questão da diversidade cultural
humana através da idéia de difusão, e não da de evolução. Para a chamada
escola difusionista, a ocorrência de elementos culturais semelhantes em
duas regiões geograficamente afastadasdas não seria prova da existência de um
único e mesmo caminho evolutivo, como pensavam os evolucionistas; o pressuposto
difusionista, diante do mesmo fato, era que deveria ter ocorrido a difusão de
elementos culturais entre esses mesmos lugares (por comércio, guerra, viagens
ou quaisquer outros meios).
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